Arquitetura Atual
May 6th, 2025

EMAF 2025: Um Encontro de Inovação Industrial e Arquitetura na Exponor

A Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria (EMAF), o maior evento português do setor industrial, está de regresso à Exponor – Feira Internacional do Porto, de 27 a 30 de maio de 2025.

EMAF FAIR 2025

Com uma história que remonta a 1987, a EMAF consolidou-se como um ponto de encontro essencial para profissionais da indústria, promovendo a internacionalização de tecnologias, a inovação e o conhecimento técnico especializado. Como arquiteto com uma paixão por projetos que transformam espaços e funções, vejo na EMAF uma oportunidade única para explorar como a arquitetura e o design industrial podem se cruzar, moldando o futuro das cidades e da produção.

Metalcorten estará presente na feira com a sua oferta de aço corten e outros materiais.


A edição de 2025, que ocupará os pavilhões da Exponor em Leça da Palmeira, Matosinhos, promete responder aos desafios mais recentes da Indústria 4.0 – um termo que engloba a automação, a digitalização e a conectividade avançada nos processos industriais. Durante quatro dias, a feira reunirá mais de 400 expositores, abrangendo setores como máquinas-ferramenta, robótica, automação, metalomecânica, plásticos e borrachas, logística e segurança industrial, conforme detalhado no site oficial da EMAF. Além disso, o evento oferecerá um espaço para networking, troca de ideias e negócios, com iniciativas como o 12º Concurso de Inovação, que desafia os expositores a apresentar soluções disruptivas para o setor.

Do ponto de vista arquitetônico, a EMAF é mais do que uma feira industrial; é um laboratório vivo de ideias que impactam diretamente o desenho das cidades e dos espaços produtivos. A Exponor, com seus 50 mil metros quadrados de área expositiva, é um exemplo de arquitetura funcional adaptada às necessidades de eventos de grande escala. Projetado para maximizar a flexibilidade, o recinto combina pavilhões modulares com áreas externas que, nesta edição, também serão usadas para exibir equipamentos de grandes dimensões. A escolha de materiais como concreto e aço nas estruturas da Exponor reflete uma estética industrial que dialoga diretamente com o propósito da EMAF, enquanto a iluminação natural e os acessos amplos garantem uma experiência eficiente para os visitantes. Contudo, a ausência de elementos mais contemporâneos, como sistemas de eficiência energética ou coberturas verdes, levanta questões sobre como espaços como este podem evoluir para atender às exigências de sustentabilidade do século XXI.

A EMAF 2025 também destaca a crescente interseção entre arquitetura e tecnologia industrial. Muitas das inovações apresentadas – como robôs colaborativos e sistemas de manufatura digital – estão transformando a forma como projetamos espaços de produção. Fábricas modernas, por exemplo, estão se afastando dos modelos tradicionais de grandes galpões opacos e passando a incorporar designs mais abertos, com fachadas translúcidas, ventilação natural e layouts que priorizam o bem-estar dos trabalhadores. Um exemplo disso é o uso de tecnologias de automação expostas na EMAF, que permitem layouts mais flexíveis e modulares, reduzindo a pegada de carbono das instalações industriais. Como arquiteto, vejo nessas soluções um potencial para repensar o design de zonas industriais urbanas, como as de Matosinhos, que poderiam ser revitalizadas com projetos que integrem habitação, espaços verdes e áreas de produção.


No entanto, a feira também traz à tona desafios críticos. A Indústria 4.0, embora revolucionária, exige uma força de trabalho altamente qualificada, e Portugal ainda enfrenta uma escassez de profissionais preparados para operar tecnologias avançadas, como apontam relatórios recentes do setor. Além disso, a internacionalização promovida pela EMAF, embora essencial para a competitividade, pode ampliar as desigualdades regionais se não for acompanhada de políticas que incentivem a inovação em áreas menos desenvolvidas do país. Outro ponto de reflexão é o impacto ambiental da produção industrial: enquanto a feira destaca soluções tecnológicas, há pouco foco em como essas inovações podem ser usadas para reduzir emissões ou promover a economia circular, um aspecto que a arquitetura contemporânea tem priorizado em projetos industriais.

A EMAF 2025 será realizada das 10h às 18h, com um custo de estacionamento de 3,90€ por dia, e a entrada é restrita a maiores de 14 anos, refletindo seu caráter profissional. Para os arquitetos e urbanistas, o evento oferece uma janela para o futuro da produção industrial e sua relação com o espaço construído. Embora a Exponor seja um palco funcional, sua infraestrutura poderia se beneficiar de uma modernização que incorporasse princípios de sustentabilidade e design inovador, alinhando-se às próprias tecnologias que a EMAF promove. À medida que nos aproximamos do início da feira, fica claro que a interseção entre arquitetura e indústria é um terreno fértil para repensar não apenas como produzimos, mas também como vivemos e habitamos nossas cidades.

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